sexta-feira, 25 de julho de 2014

#9

Lágrimas na Janela


As lágrimas na janela
escorrem vagarosas,
e pela transparência vejo árvores miúdas,
escuras e anoitecidas,
e telhados e casas amontoadas umas nas outras,
silenciosas e apagadas...

Vejo luzes esparsas
iluminando os rios da cidade,
como fósforos de cimento,
como vagalumes parados no tempo,
solitários na noite de chuva.

As lágrimas na janela
lembraram-me
que passamos a maior parte da vida
em nossas caixinhas de barro...

Enquanto lá fora o mundo chora,
esperando por nós...
E a rua vazia espera o calor da nossa gente.

- Hugo C. S. Lima - 25/07/14

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