Soberanas
Quando não há espaço
para o pensamento,
reviro-me
e espero pelo momento
em que a palavra viverá.
A palavra não espera:
revira-se em meu peito,
imitando-me, invejando-me,
e logo desfaz-se em tinta.
As linhas se desenrolam
enquanto (des)escrevem.
Vivem dentro de mim,
mas eu mal as conheço.
Não sou eu quem as controla.
Enquanto vivem, reviro-me.
Não as penso e não as sinto.
Fazem seu caminho
mundo afora.
Tornam-se soberanas
de meus sentimentos.
Quando noto,
não estão em meu peito.
Foram-se embora:
não as tenho mais.
Mas as emoções
que delas provém
são eternamente minhas.
- Hugo C. S. Lima - 13/08/14
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