Poesia anônima
Há quem transforme
o ofício milenar
de sonhar e transformar
pensamentos em linhas
em uma prostituição
de imagens e rostos:
— Eu o faço melhor.
Eu, contudo,
desconhecido
e amante do ofício,
repudio a soberba.
Prefiro cavalgar com o vento
e descobrir-me diferente
a cada bruma de palavras.
Prefiro velejar com as nuvens,
ausente nas mentes
que não me conhecem.
Prefiro a liberdade, ser que sou.
Gosto de ser, simplesmente.
Sem dobrar os joelhos ou flagelar a alma.
Sem curvar-me diante da glória,
que a glória não nos leva a nada.
Quero ser invisível
em minhas dores.
Quero que o mundo seja,
independente de mim.
- Hugo C. S. Lima - 09/08/14
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