sábado, 9 de agosto de 2014

#24

Poesia anônima


Há quem transforme
o ofício milenar
de sonhar e transformar
pensamentos em linhas
em uma prostituição
de imagens e rostos:

— Eu o faço melhor.

Eu, contudo,
desconhecido
e amante do ofício,
repudio a soberba.

Prefiro cavalgar com o vento
e descobrir-me diferente
a cada bruma de palavras.

Prefiro velejar com as nuvens,
ausente nas mentes
que não me conhecem.

Prefiro a liberdade, ser que sou.
Gosto de ser, simplesmente.

Sem dobrar os joelhos ou flagelar a alma.
Sem curvar-me diante da glória,
que a glória não nos leva a nada.

Quero ser invisível
em minhas dores.

Quero que o mundo seja,
independente de mim.

- Hugo C. S. Lima - 09/08/14

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