domingo, 14 de setembro de 2014

#62

Cais noturno


Retenho-me no abismo desse negro vago,
que desvia-me do caminho escolhido:
louco como os furtos de um gatuno;
preto como o inverno da noite;
claro como o dia de um passado fugaz.

Vida, breve vida.
O céu reflete o canto
de tanta gente sofrida.

Apodreço nas constelações do mar,
onde a vida brota da terra
em eloquentes números temporais.

Não sou mais
que a estrela-do-mar decaída.
Não sou mais
que as gaivotas no cais...

- Hugo C. S. Lima - 14/09/2014

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